“Quando existe uma ameaça de demissão, alguns funcionários tendem a se aproximar mais dos chefes, tentam se mostrar mais produtivos e não perdem uma chance de elogiar os superiores”, explica Max Gehringer, consultor corporativo. “Essa gente sempre teve uma tendência para o puxa-saquismo, mas a crise faz com que a prática se torne mais explícita”, afirma Gehringer.
Com o emprego em risco, seria até uma prática compreensível, segundo os analistas. Afinal, fazer um bom trabalho já não parece suficiente, é preciso “parecer estar fazendo um bom trabalho”. “Fazer marketing pessoal significa se diferenciar através do trabalho. É conseguir resultados acima da média e se tornar visível. Ser puxa-saco é querer aparecer sem trabalhar. Quem faz marketing pessoal está de olho no futuro, pensando em uma promoção. Quem é puxa-saco está de olho no presente, tentando apenas manter o emprego”, afirma Gehringer.
A consultora de carreira da empresa de recursos humanos Catho Daniella Correia diz o mesmo. “Marketing pessoal e puxa-saquismo não podem ser confundidos. O profissional deve preocupar-se em realizar um bom trabalho e mostrar o seu valor sempre voltado ao lado profissional, sem misturar o lado pessoal ou tentar influenciar os demais colaboradores com bajulações. Esse tipo de postura pode ser comprometedora”, afirma ela.
Identifique
No entanto, há outro tipo de funcionário que surge em épocas de crise: o contestador. Um funcionário revoltado, “que não gosta nem da empresa nem do que faz”, segundo Gehringer.
E que, melindrado pelo excesso de competição no escritório, acaba rotulando de puxa-sacos aqueles que não necessariamente são bajuladores. “A crise também aumenta a sensibilidade geral. E aí funcionários que sempre se mostraram mais eficientes que os colegas também acabam recebendo, sem merecer, o rótulo de puxa-sacos”, diz Gehringer.
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